segunda-feira, 20 de janeiro de 2014


Mestra Virginia de moraes


                 Dona Virgínia ou mestra Virgínia, nasceu em 1916 e faleceu em 2003, é alagoana de Rio Novo, Maceió. Mestra de reisado, cantadora, rezadeira, benzedeira, parteira de profissão, autora e intérprete de belíssimos momentos da poesia e da música popular tradicional alagoana. Comandou o grupo de reisado Três Amores. Autêntica e ingênua, encantava pesquisadores, professores, folcloristas, etnomusicólogos, apreciadores e, principalmente, a platéia, com suas músicas singelas e bem inspiradas.
O nome completo de Virgínia de Moraes é Ana Virgínia de Almeida Moraes. Ela nasceu na capital paulista, bem no centro da cidade, na Praça João Mendes, num mês de abril. Iniciou sua carreira na cidade do interior de São Paulo, Presidente Prudente na Rádio A Voz do Sertão, onde Mário Moraes, seu esposo, era diretor artístico. Apenas por passatempo, Virgínia mantinha no ar um programa romântico, em que lia crônicas e versos poéticos. Demonstrou logo sua voz forte e melodiosa. Em 1951, voltou para sua terra natal, São Paulo . Em seu retorno, procurou a Rádio Cultura que tinha como diretor artístico Hélio de Araújo e sendo este lhe deu a chance de ficar no ar das 15 às 17 horas. Ela se saiu perfeitamente bem, sendo aprovada e contratada imediatamente. Ela apresentava diariamente, às 23 horas, dentro do programa: “Bar de Melodias”, uma crônica escrita por J. Antônio DÁvila: “Crônica para um homem sem namorada”. Depois de cinco meses, Virgínia foi contratada pela Rádio Nacional, onde foi ganhando um salário cinco vezes maior. Em 1956, foi para a Rádio Record, das Emissoras Unidas, onde ficou por um bom tempo.
Virgínia de Morais recebeu seis vezes o prêmio Roquete Pinto, tendo passado para a condição de “Hors concurs”. Somados a outros troféus, sua casa é um verdadeiro “arsenal” de prêmios. E ela diz, sorridente: “Graças a Deus, venci”. Virgínia também passou a atuar na Televisão Record, apresentando aos sábados o programa: “Astros do Disco”, com direção de Hélio Ansaldo. Virgínia encerrou sua carreira na Rádio e TV Cultura de São Paulo. *Museu da Televisão Brasileira
Em 1999, Virgínia gravou a abertura de nosso CD Repertório 1999/2000.
“A voz é mais que simplesmente um som.
Não basta soar alto e em bom tom.
Deve sempre estar a serviço da verdade.
Uma voz vem sempre vestida de história. Ela conhece a alma do tempo, transcende as horas e os verbos, viaja por frases que nem sempre são suas, mas encontra nas entrelinhas o seu espaço.
Uma voz digna navega os sonhos, afaga carências, orienta ideais.
Uma voz digna, promove a melhor ação humana. Doa-se, emociona-se, é simples, é sofisticada. Ela pode ser masculina posto que já seja feminina.
Uma voz digna, deverá ser sempre única e exclusivamente a sua voz”.
Virginia Moraes formou-se na primeira turma de desenho de jóias da AJORIO em 1987. No mesmo ano começou a trabalhar na joalheria Sérgio D’Auria no Rio de Janeiro como desenhista e chefe de produção. Era a época áurea do turismo no Rio de Janeiro. Todas tinham o turismo como público alvo, por isso as jóias eram na sua maioria com gemas brasileiras em montagens em ouro e diamantes.
Após 5 anos, Virginia deixou o cargo e foi expandir seus conhecimentos sobre a joalheria. Foi quando participou de aulas de confecção de jóias com Paula Mourão em 1991. Daí começou sua paixão pela joalheria autoral , e desde então incorpora em seu trabalho as pesquisas técnica, conceitual e histórica sobre a joalheria contemporânea.
Em 1992 foi convidada para participar da mostra “Joalheiros Artistas Plásticos”, no Museu Nacional de Belas Artes do RJ, onde expôs suas peças juntamente com Caio Mourão, Bobby Stepanenko, Werner Baumann, virgilio Bahade, Antonio Bernardo entre outros.
Em 1993 integrou a mostra “Arte Brasileira em Cuba” no centro cultural Casa Guayasamim, em Havana, ao lado de Ziraldo e Carlos Scliar.
Em 94 foi para Brasília e lá se graduou em Educação Artistica pala UNB.
Foi premiada no concurso IBGM Design de Joias: em 1998 recebeu o 1o lugar com a pulseira "Ritmo constante" em ouro, diamantes e águas-marinhas e em 1999 sua pulseira "Curvas da Paixão", em ouro, diamantes e granadas recebeu o 2o prêmio.
Em 2000, a artista foi selecionada para a exposição “Design e Natureza – Madeiras Certificadas”, com sua primeira coleção com madeira certificada “Do lixo ao luxo”. A artista ainda participaria nas edições do Design e natureza nos anos de 2002, 2004,2006 e 2009.Suas peças também foram seleconadas para o "Brasil faz design" em 2002 e 2004.
Em 2001 mudou-se para Londres, e se aprofundou em estudos sobre a joalheria contemporânea. Participou de vários cursos em universidades e ateliers de artistas, Virgínia obteve o diploma “Advanced in Jewellery” pela WAES. No mesmo ano, Virginia conquistou o primeiro lugar no concurso “Inspired By V&ACollections” organizado pelo Victoria & Albert Museum com o anel VM:FM, em prata e madeira brasileira roxinho, peça inspirada na coleção de rádios produzidos nas décadas de 30.Seu anel ficou exposto por 4 meses no mesmo museu.
Ainda em Londres virginia foi uma das organizadoras da mostra “Brazilian Jewellery Show - Inspired by Nature” (2003) que contou com a participação de dez designers brasileiros, na Gallery 32, galeria da Embaixada do Brasil em Londres, e no IBRIT (Instituto Brasil/Itália), em Milão. O conceito da mostra era a apresentação de jóias produzidas com material alternativo natural. Sua coleção “Vejo Flores em Você” utilizava flores secas do cerrado brasileiro.
Em 2004 retornou ao Rio de Janeiro e juntamente com seu sócio e amigo Werner Baumann abriu a Oficina, um espaço destinado a produção e reflexão sobre a joalheria contemporânea. Na Oficina desenvolveram várias coleções entre elas “curvas do Rio”- panorama carioca, coleção “o retorno do plástico) jóias com plástico reciclado (SIERRAD- HO). No mesmo ano foi finalista do concurso AngloGold Design Fórum Brasil com a peça ‘Floresta’,
Em 2005 a artista foi convidada a se integrar ao corpo docente da Universidade Veiga de Almeida e do Senac com a disciplina oficina de criação de jóias. Com o Senac também ministrou palestras como o Seminário de Design Sustentável com o tema “Utilização de Refugos na produção de jóias”.Assunto em que se especializou, e que reflete a linha de trabalho adotado pela artista desde 2000.
Em 2006 Virginia expôs na mostra “História do Design Ecológico e da Certificação Florestal” em São Paulo e foi convidada para a SIERRAD, em Amsterdã uma das maiores feiras de joalheria contemporânea da Europa, onde apresentou sua linha de joias com materiais reaproveitados como o plástico reciclado e madeiras provenientes do refugo. Nessa ocasião conheceu o titânio, e viu nesse metal uma grande possibilidade para joalheria autoral no Brasil. Pesquisou, experimentou e desenvolveu uma técnica exclusiva no trabalho com titânio.
Em 2009, recebeu o troféu Bronze no prêmio IdeaBrasil, com o colar “multi discos” comercializado pela marca Uncle K em 2008. Mais um prêmio em 2009, o prêmio Ecoleo- madeiras certificadas, sendo agraciada com a menção honrosa pelo conjunto “Pontos da Mata”.

2 comentários:

  1. A mais bela voz do rádio brasileiro.
    Ama

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    1. Não se trata da mesma pessoa, pois a locutora Virginia de Moraes, mâe de Cynira Arruda, nasceu em São Paulo e não em Alagoas.

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